Cheguei no plantão 15 min antes do horário e já senti no ar aquele cheirinho de "muvuca" que estava o setor naquele dia. Alarmes descontrolados, bombas de infusão apitando, equipe agitada, pacientes chamando, um caos!!!
No final do corredor avistei a enfermeira toda atarefada terminando de lacrar o carrinho de emergência.
Fui ao seu encontro para iniciarmos a passagem de plantão e também para lhe dar um certo apoio pois a cena era de guerra.
Éramos da época em que o paciente era chamado por sua patologia e assim fomos de leito em leito dando início a passagem de plantão.
Quando chegamos ao leito 5 minha colega falou:
- Essa é a dona Maria, uma GECA. (sigla usada para abreviar gastroenterocolite aguda)
Imediatamente a passagem de plantão foi interrompida pela paciente que aos gritos falava:
"-Olha...... GECA é a mãe de vocês!!!!!!!!!!!! Já é a segunda vez que vocês passam aqui e me chamam de GECA!!!!!!!! Eu não sou do mato não!!!!!!! GECA pra mim é esse pessoal que mora no sítio! Eu moro aqui e não sou GECA não!!!!!!!!!!!
Eu e minha colega ficamos atônitos por sua reação, nos olhamos sem saber o que fazer e rimos!!!!!! Depois do mau entendido explicamos para dona Maria o que significava aquela sigla e mais calma ela entendeu!
Nesse dia aprendemos na prática o que veio a ser um dos pilares na humanização da assistência em saúde: a individualidade do ser humano
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